Hugo – Não estou falando de se castrar profissionalmente. Estou falando de não se importar tanto com status, grana, superação do sexo masculino. De repente isso nem tem tanta importância.
Luíza – As coisas têm a importância que damos a ela. Logo essas coisas num escala de prioridades estão no topo.
Hugo – Não está na hora de você rever essas prioridades?
Luíza – Talvez.
Hugo – Você só diz isso?
Luíza – Diz isso o que?
Hugo – “Talvez”, nunca diz uma resposta mais direta.
Luíza – Até onde eu sei você mal me conhece e já está tirando conclusões apressadas sobre mim?
Hugo – Eu não preciso te conhecer desde a mais tenra idade para saber que o motivo da sua “estagnação” é a sua obsessão por status, grana.
Luíza – Você me subestima tanto a ponto de me reduzi a uma mera feminista caricata que só pensa em status, igualdade dos sexos e todos esses clichês baratos da década de 70? Quer que eu também faça uma análise apressada sobre a sua personalidade? Eu não sei se te disse, mas eu sou boa nisso.
Hugo – Por que você está sendo cínica comigo?
Luíza – [sarcástica] Eu estou sendo cínica com você? Me desculpe não foi essa a minha intenção. É que eu não gosto que estranhos fiquem me analisando sem o meu consentimento e me digam o que fazer.
Hugo – Desculpe, não vou mais te amolar.
Luíza – Desculpe, é que não ando muito bem ultimamente.
Hugo – E quem não anda, não é mesmo? Eu estou com a mediocridade até o pescoço. Já pensou asfixia por excesso de mediocridade?
Luíza – Já eu estou com ela até a altura do joelho e subindo assustadoramente...
Hugo – Deve ser como você disse mal do século.
Luíza – Dos séculos...
Hugo – Você já assistiu a aquele filme do Almodóvar em que a personagem da Cecília Roth perde o filho, e sai à procura do pai do garoto?
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