Hugo – Laura. É esse o seu nome, não é?
Luíza – É, quer dizer, não.
Hugo – Mas foi esse que você disse que se chamava ontem, quando nos conhecemos...
Luíza – Eu não me lembro quase nada das coisas que fiz e disse na noite anterior.
Hugo – É uma pena, pois nós tínhamos feitos vários planos para ficarmos juntos.
Luíza – Vários, é?
Hugo – Sim, vários. Inclusive, combinamos de passar-mos o natal em Gramado.Você disse que tinha parentes por lá. Mas é sério mesmo, você não se lembra de nada?
Luíza – As pessoas não costumam levar em consideração palavras ditas entre doses de cuba, mojito e fumaça de carlton.
Hugo – Mas com você parecia ser diferente.
Luíza – Sempre parece... Até a próxima decepção. Mas o que é que se há de fazer?
Hugo – Você é sempre assim?
Luíza – Assim como?
Hugo – Fria, pragmática.
[Luíza acende um cigarro]
Luíza – São características essencialmente masculinas não? Além de ser dois belos adjetivos. Confesso que nunca fui chamada de fria e pragmática numa mesma noite por uma mesma pessoa. Deve ser um sinal...
Hugo – Também pensei em outros adjetivos, quer ouvi-los?
Luíza – Não, guarde-os para você. Quem sabe em outra ocasião.
Hugo – Pelo visto não com você.
Luíza – É, acho que não.
Hugo – Me dá um cigarro?
Luíza – Você fuma, é?
Hugo – Sim, por que algum inconveniente?
Luíza – Absolutamente.
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